Las ramblas y la lluvia
Hoje chuveu no início da manha. sim, caro leitor, isso significa que eu trabalhei na chuva. E outro sim, virei um pinto molhado, apesar de estar com paraguas - vulgo guarda-chuva.
Foda. E além de ser foda pra mim, é foda pra todo mundo, porque o chao fica escorregadio. Aí já viu, né! É um show de video cassetadas, apesar de eu odiar essa quadro do programa do Faustón. Na real, odeio o programa como um todo.
E num desses rebalos da vida, eu vejo um senhor cego levando o maior tombo bem perto de mim. O señor cego cheio de compras recém feitas na Boquería. Voou tudo pelos ares. Tomate, cebola, salsa, tudo. Uma multidao veio ajudar. Eu só ouvi o barulho da queda e aquele monte de legumes pelo ar. O señor no chao, com a cabeça no chao. Pensei: putaqueoparió. Só falta ter sido grave.
Nao fui ajudar, porque em meio segundo umas 20 pessoas foram acudir. Ele se machucou certo, mas nao quis demonstrar a sua fraqueza no meio da multidao - que ele nem podia ver. Uma señora, que eu suspeito ser amiga dele - chamou um táxi e eles foram embora.
Preciso dizer que eu chorei? Ai, sei lá, nao consigo ver velinhos se machucarem, ainda mais numa injustiça dessas. Nao contive as lágrimas que provavelmente descarregavam outros sentimentos também. Acho que ver um tombo desses me trouxe, incoscientemente, outras lembrança. Daquelas que a gente esconde no fundo do baú.