Deborissima à oliva española :: Edición Barcelona

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sábado, abril 14, 2007

Casa Amarilla


Hortências me lembram a minha avó Zenta, a oma. Vó materna que eu tive a sorte de conhecer. Me lembro dela sentadinha - sempre devidamente vestida com um daqueles vestidinhos de vó, floridos, claro - na frente da nossa casinha amarela na praia de Capao.

Na casinha amarela da rua Guaracy tinha um grande jardim de hortências do lado direito de quem olhava pra casa. Ao lado esquerdo havia uma bananeira que só dava bananas quando nao era época de veraneio. Aí os gatunos invadiam o nosso jardim e roubavam os cachos. Uma puta sacanagem com uma criança que sonhava em comer as bananas da sua bananeira praiana.

Me lembro bem que em dias de chuva dava pra encontrar sapos no meio das hortências, inclusive nunca testei pra ver se algum virava príncipe.

E agora, pensando em tantos momentos que tive pertinho da oma, me veio a lembrança de ouvir ela dizendo uma coisa pro meu avô - quando ele ainda era vivo - e que volta e meia utilizo em conversas sobre a vida louca vida. É uma frase curta que significa muito. Quando eu ouvi, há anos, ela foi dita em alemao. Sei pronunciá-la em alemao - apesar de nao ter certeza se está correta. Escrevê-la eu nao sei, mas a pronúncia é algo como "emalaizan". E como toda a criança que se preze, fui perguntar o que significa e a oma disse no ouvido da sua netinha loirinha com corte de cabelo no formato de pinico: "devagar e sempre".