Deborissima à oliva española :: Edición Barcelona

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domingo, enero 14, 2007

Reality Show

Ontem eu trabalhei no turno da tarde, porque teoricamente eu teria aula pela manha. Meu horário era lamentável, das 16h às 21h, na Plaça de la Boquería, abaixo do dragao.

Foi difícil, nao só porque as pessoas - durante a tarde/noite - mudam totalmente e ficam mais intolerantes como também os meus pensamentos que tomavam conta de mim.

Como fico ali parada só exercitando os braços os meus pensamentos voam e às vezes eu me envolvo tanto dentro dessa redoma de coisas impalpáveis que meu humor muda consideravelmente. Ontem foi assim.

Na sexta almocei com o Bernardo e conversamos sobre estar sozinho e se sentir só e tal. Falamos sobre um texto que escrevi por aqui um dia desses.

Aí ontem, vendo aquela gente passar por mim, vendo o dia virar noite, minha ficha caiu e percebi que estou sozinha aqui. Nao tenho um grupo e nao faço parte de um. Tenho vários grupos, o que numa primeira mirada parece ser excelente, e é mesmo, mas um porto mais seguro pra atracar o barco sempre faz bem. Pelo menos a mim.

Fiquei um pouco triste, quase chorei - depois de tanto tempo que nao chorava durante o trabalho. Nao sei. Acho que a coisa me pegou de surpresa.

Na real, na quinta de noite, durante a festa com a galera do trabalho, eu iniciei esse pensamento. Eu tava lá, curtindo com todos, mas sei lá, eu nao me sentia parte do grupo. Eu me dou muito bem com pessoas isoladas, mas no todo nao tá rolando. E isso é bem raro de acontecer comigo, porque sou uma persona bem sociável e adoro misturar os grupos e ser a conexao entre eles. A maior prova sao as festuxas que eu fazia na minha casa, em Porto.

Enfim, a ficha caiu. Vim sozinha e aqui sou sozinha. Sou eu por eu mesma nessa batalha diária pelo desconhecido e o inusitado. É duro, mas acho que eu nao me satisfaria com o mais fácil.

No caminho de volta pra casa, ontem depois do trabalho, pensei em diversas possibilidades para solucionar esse problema. Mas, a verdade seja dita: soluçoes externas só tapam o buraco quando a coisa é unica e exclusivamente conosco mesmo.