Hoje foi um dia de muitas descobertas. E pra quem estava - e ainda está - com o instinto maternal latente nas veias, eu nao posso reclamar.
Buenas, eu nunca tive cachorro. Quer dizer, já fizemos uma tentativa, num verao, quando minha mae cedeu aos pedidos do Dani pra comprarmos um dog, ou melhor, um perro. Nao durou muito, mas enfim.
Entonces, nunca tive essa experiencia de viver com um cachorro na mesma casa, passear e etc e tal.
Quando me mudei aqui pra onde to morando, eu sabia que tinha um cachorro no piso. Beleuza Creuza. Nao dá nada.
O cachorro é do Raimon, meu colega de piso catalao. Às vezes o perro tá aqui, às vezes nao, e como ele nao é meu, eu nao sei muito da agenda do bicho. Mas claro que tem vezes que chego em casa e o bicho tá pedindo uma atençao e eu fico brincando de jogar a bolinha e ele ir buscar e tal. Até aí tudo bem.
Ontem eu fui dar um passeio com o Raimon e com o cachorro. Nos encontramos na escada do edifício - eles saindo e eu chegando. Fui junto e aproveitei pra socializar mais um pouco. À propósito desde que voltei de Lisboa ando socializando muito!
Aí no final do passeio pela pracinha que tem aqui perto o meu colega de piso me pede o favor de ir dar um passeio com o bicho hoje, porque ele ia viajar a trabalho e chegaria muito tarde. Belê, nao tem galho.
Hoje, quinta, trabalhei até às 16h, porque era dia de concerto, e cheguei em casa pelas 17h. Quando abri a porta do apê senti um cheio estranho. Nao sei qualé exatamente o cheiro de coco de cachorro, mas era o que parecia e pra minha surpresa: era!! O cao fez coco na sala. Tudo bem, sem stress. Fez coco e quebrou algumas bolinhas de natal da árvore de navidad. Tudo bem, sem stress.
Quando pensei que tinha que botar a coleira no bicho é que me dei conta de que eu NUNCA tinha passeado com um cao na viiiida! Claro que já saí com caes e seus donos, mas é totalmente diferente.
Buenas, depois de algumas lambidas quase certeiras na minha cara, consegui encoleirar o cao. Peguei uma sacolinha, porque sei que tem que se limpar o coco do cachorro na rua, e fui. Com medo, mas fui.
Nao fui pra pracinha, porque tava cheia de ciranças e eu sei lá o que o cachorro poderia fazer. Quem se cagou fui eu, confesso. Aí ficamos dando bandas pelas quadras e eu aproveitei pra conhecer as ruas que cruzam com a minha.
Percebi que o bicho só cheirava o chao. Po, nao entendo de comunicaçao canina, mas tudo bem, ia tentar imaginar o que ele queria me dizer. Pensei que cheirar devia ser pra encontrar um local já batizado por outro canino. Nao deu outra. O cachorro fez xixi em 3 parcelas (sem juros). Pensei comigo: ele já fez coco em casa, nao sei se será necessáro ficar me enrolando na rua. Mas ele continuava cheirando o chao. e eu pensei: Bueno, aí tem coisa. Ficamos caminhando e eu me sentindo A dona do cachorro. Acho que tava me saindo bem.
Como o cao seguia cheirando o chao, imaginei que ele queria fazer coco. Aí percebi que ele tava com o rabo entre as pernas. Sério, nunca vi um cachorro com o rabo entre as pernas. Olhei os cachorros que passavam por nós e pô, os rabos estavam abanando! Devia ser coco ceeeeeeeeeeerto. E era!!! Hahahahahahahaha.
Serviço sujo feito, hora de voltar pra casa. Já estavamos fazia uns 40 minutos dando banda.
Eu nao entendo da psicologia canina, mas temos que admitir que o cachorros sao esperto. Ele sabia que eu nao era o dono dele e ele se aproveitou de mim. Quando eu ia levando ele por um caminho, chegava num ponto que o bicho parava e ficava olhando pro lado contrário. E eu pensava: ele deve querer ir por ali. Bom, eu cedia, claro! O que que eu ia fazer? Fiquei com medo de ficar puxando pela coleira e ainda estrangular o coitado. Imagina!! O que eu ia dizer pro Raimon?
E outra: nao admito que o cao passeie com o dono. No início o bicho que ia me levando, mas como acho essa cena ridícula, dei um "paratequieto" no cao. Esse funcionou bem.
Quando chegamos no prédio e subimos até o segundo andar, alguém abriu a porta do edifício e entrou. O bicho parou no meio das escadas. Eu tentei fazer ele subir mais um lance, mas nao rolou. O faro fino dele captou que quem chegava era o dono de verdade.
E assim eles viveram felizes para sempre!